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Anos da Morte de Carlos Gomes
Antonio
Carlos Gomes nasceu em Campinas, na época, Vila São Carlos, aos 11 de junho de
1836. Seu pai, Manoel José Gomes, professor de piano, canto, órgão e violino na
vila, era conhecido por Maneco Músico. Nosso Tonico de Campinas cedo revelou sua
vocação musical. Entrou para a Banda Marcial de seu pai, onde também tocava seu
irmão de sangue, José Pedro de Sant´Anna Gomes. Aos onze anos começou a estudar
música. Iniciou pela clarineta, logo mudando para piano e violino. Em 1848, deu
récitas de piano onde figuravam suas primeiras obras musicais: solos para piano
e modinhas.
Em
1856 escreveu a ¨Missa de São Sebastião¨, dedicada ao Maestro Henrique Luiz
Levy. Em 1859, em concerto organizado com o músico Ernest Maneille no Teatro São
Carlos, em Campinas, apresentou a obra ¨Variações para clarineta¨ sobre o
romance ¨Alta Noite¨. Nesse mesmo ano, abriu um curso de piano, canto e música.
Foi viver em S. Paulo com seu irmão hospedando-se em repúblicas de estudantes.
Tocava na época em concertos particulares, juntamente com Henrique Luiz Levy.
Compôs então (1859) o ¨Hino Acadêmico¨ em homenagem aos estudantes da Faculdade
de Direito do Largo São Francisco, e a famosa modinha ¨Quem Sabe?!¨, em
homenagem a Ambrosina Corrêa do Lago, seu primeiro amor. Nesse mesmo ano,
mudou-se para o Rio de Janeiro onde matriculou-se no Conservatório de Música, na
classe de contraponto de Gioacchino Gianinni.
Francisco
Manuel da Silva, àquela época diretor do Conservatório, entusiasmado com o
rápido avanço de Carlos Gomes encomendou-lhe uma cantata (¨Salve dia de
ventura¨) para execução perante o Imperador Pedro II. Foi apresentada a 15 de
março de 1860, com o próprio compositor regendo. Por essa obra de sucesso, o
Imperador lhe ofereceu uma medalha de ouro. Pela composição da cantata ¨A última
hora do Calvário¨, estreada em 15 de agosto de 1860, na Igreja Santa Cruz dos
Militares foi nomeado ensaiador e regente da orquestra da Imperial Academia de
Música e Ópera Nacional. Em 4 de setembro de 1861 foi à cena a primeira ópera ¨A
Noite do Castelo¨, sob a regência dele próprio e versos de Antonio José
Fernandes dos Reis, baseados no poema homônimo de Antonio Feliciano de Castilho.
Em 15 de setembro de 1863 estreou a segunda ópera, ¨Joana de Flandres¨, no
Teatro Lírico Nacional, sobre libreto original de Salvador de Mendonça.
Agraciado pelo Imperador com a Ordem da Rosa, e após grande êxito, Carlos Gomes
recebeu pensão para estudar na Europa. Em 8 de dezembro de 1863 partiu para a
Itália. Cursou o Conservatório de Milão na classe do Maestro e compositor
operístico, Lauro Rossi. Três anos depois, Carlos Gomes recebeu seu diploma de
Maestro e Compositor. Ao longo de sua vida produziu as revistas musicais, “Se as
minga” e “Nella Luna”, as óperas “Il Guarany”, “Fosca”, “Salvator Rosa”, “Maria
Tudor”, “Lo Schiavo”, “Condor” e o Poema Vocal Sinfônico “Colombo”. Deixou
várias óperas inacabadas ou apenas esboçadas, dezenas de modinhas e canções,
peças para piano e a Sonata em Ré (Burrico de Pau). Faleceu em 16 de setembro de
1896, há 118 anos, em Belém, no Estado do Pará.
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